Fim da contagem de likes no Instagram afeta o mercado da música eletrônica
(Por:MatheusTavares) A decisão da rede social em ocultar likes tem tudo para ser benéfica no universo dos DJs.
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O Instagram anunciou na última quarta-feira que faria um teste no Brasil, ocultando a contagem de curtidas e visualizações de vídeos nas publicações dos usuários. A partir de então, somente o dono do perfil poderá ver esse número total em suas publicações.
A empresa justificou a medida como uma tentativa de “ajudar as pessoas a focar menos nas curtidas e mais em contar as suas histórias”, buscando diminuir a competição tóxica por popularidade dentro da plataforma e melhorar a saúde mental das pessoas, já que um estudo da Royal Society Health elegeu o Instagram como a plataforma que mais causa ansiedade e depressão entre jovens de 14 a 24 anos.
Eu tirando qualquer foto e postando sem medo de flopar. Obrigada Instagram. pic.twitter.com/ogzNvzpAze
— um aleatório no tt (@umaleatorionott) 17 de julho de 2019
Como explicou Mary Frasso, Marketing Manager do Cat Dealers, “as métricas do digital mexem muito com o ego, com a vaidade e por isso surgem as comparações. A competição fica basicamente no âmbito quantitativo e não no qualitativo”.
Mary ainda complementa que, “no caso dos artistas, é um tema ainda mais delicado porque por mais que um artista seja um ótimo produtor de conteúdo e tenha uma comunidade forte, o produto principal dele é a música, e nesse universo os números sempre falam alto. São plays, charts, valor de cachê e muitas outras coisas. Então é natural que as medidas de engajamento sempre tenham um papel forte na busca desse artista por um lugar de maior destaque no cenário musical”.
O fato é que, no mercado da música eletrônica, à primeira vista, ocultar likes vai ser muito bom e benéfico para todo mundo:
- Para DJs/produtores, vai diminuir a angústia gerada pela comparação com outros do mesmo nicho e pela busca do feed perfeito em declínio do foco na autenticidade. Também haverá menos insegurança e autocensura para publicar conteúdos, já que diminui consideravelmente o risco de uma publicação “flopar”;
- Os empresários e profissionais de marketing serão incentivados, junto aos artistas, a focar mais em qualidade, em contar grandes histórias, além de buscar identidade e personalidades únicas que permitam se conectar mais com os seguidores;
- Os fãs também prestarão mais atenção no conteúdo, e isso, muitas vezes, significa seguir um artista pela sua música e não por sua popularidade;
- Há maior chance dos produtores de eventos também valorizarem mais a música/conteúdo ao escolher um artista para o lineup da sua festa, e não se basear pelo número de curtidas que, às vezes, é inflacionado por contas fakes.
Ver essa foto no Instagram
Embora ocultar os likes seja um importante passo, não resolve tudo. Por exemplo, os comentários vão ganhar ainda mais relevância como medidor de engajamento, e provavelmente, grande parte da ânsia por popularidade será transferida para isso.
Se por um lado isso pode se traduzir em ter mais postagens apelativas para chamar comentários, por outro, força o artista a realmente pensar melhor seu conteúdo em prol da qualidade e criatividade, já que exige muito mais esforço por parte do fã fazer um comentário do que simplesmente curtir.
É como aponta Gustavo Rozenthal, do Felguk: “A mudança é boa, pois ela acaba por dar mais ênfase nos comentários, que é uma forma de interação muito mais significativa”.
E não é só isso. Talvez, a partir dessa atenção toda voltada para os comentários, a gente possa olhar com mais carinho e valorizar/fomentar comentários mais profundos e significativos versus coisas superficiais, como apenas emojis.
Felippe Senne, sócio-diretor do grupo HUB, resume bem: “No final das contas, eu enxergo esse movimento do Instagram como uma iniciativa positiva e madura da plataforma, pensando na saúde mental dos usuários e profissionais que utilizam de forma intensa”. E conclui: “O próximo passo seria ocultar o número de seguidores, para termos mais paz nessa guerra louca por números em redes sociais”.
Fonte: www.phouse.com.br
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